Nesta terça-feira (5), é celebrado o Dia Mundial da Asma. A data tem como objetivo orientar sobre a prevenção e a conscientizar a população sobre a doença, que causa tosse seca, cansaço para respirar, chiado no peito e, às vezes, dor no peito acompanhado de febre e vômito. Os sintomas pioram à noite e pela manhã.
“A asma infelizmente pode matar e é uma doença de alta prevalência. No Brasil, de 10% a 20% da população tem a doença, adquirindo dimensões de um problema de saúde pública”, ressaltou a médica alergista da Unidade de Alergia do Hospital de Base, Marta Guidacci.
A médica explica que a asma é uma doença inflamatória crônica dos pulmões caracterizada por obstrução ao fluxo aéreo. “Não existe cura para a asma, mas ela pode ser controlada com tratamento adequado, melhorando a qualidade de vida. Estima-se que a asma desapareça na puberdade em 30% a 50% das crianças, podendo ter agravamento na vida adulta”, disse.
Segundo ela, cerca de 80% dos asmáticos são alérgicos. Além disso, a asma é uma doença genética, ou seja, já nasce com a predisposição de tê-la e se o paciente estiver em ambiente propício irá desenvolvê-la.
Quais são as causas da asma?
As razões mais importantes para crise de asma são: ácaros (microorganismos que vivem na poeira doméstica de colchões, travesseiros, estofados, bichos de pelúcia, tapetes, carpetes e cortinas), fungos (mofo), barata, pêlos e urina de cães e gatos, polens, infecções virais como gripes e resfriados e infecções bacterianas com sinusite.
Também estão na lista fatores irritativos com a fumaça do cigarro, fatores ocupacionais (substâncias inaláveis em ambiente de trabalho), medicamentos (aspirina, anti-inflamatórios, anti-hipertensivos, colírios), alterações hormonais (gravidez, anticoncepcionais orais), refluxo gastro- esofágico (regurgitação do alimento ingerido do estômago para esôfago), fatores emocionais, alimentos (raramente) e em alguns indivíduos apresentam crise com exercício físico.
Como saber se tenho asma?
O diagnóstico de asma é feito através de uma cuidadosa história clínica e exame físico realizados por especialista, além de testes para avaliar a alergia e provas funcionais (Espirometria ou Teste de Função Pulmonar e Medida de Pico de Fluxo Expiratório). Se houver necessidade, serão solicitados outros exames complementares.
Como tratar?
O tratamento da asma é feito com medidas de controle ambiental, medicamentos de crises e profiláticos e em alguns pacientes podem ser indicados a imunoterapia (vacina de alergia para modular o sistema imune). O controle ambiental (confira abaixo) serve para diminuir a exposição às substâncias alergênicas e irritativas das vias aéreas.
Os medicamentos da asma são os broncodilatadores que promovem o relaxamento da musculatura brônquica e os anti-inflamatórios, que agem diminuindo o processo inflamatório das vias aéreas. Existem vários medicamentos e dispositivos inalatórios disponíveis para o paciente asmático.
Serviço:
O Hospital de Base realiza atendimento dos pacientes asmáticos nas Unidades de Alergia e Pneumologia. Para ter acesso ao serviço, é necessário ter encaminhamento médico das Policlínicas, UPAs ou hospitais para o Sistema de Regulação (SISREG).
CONTROLE AMBIENTAL
1- Evitar ter em casa tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, bichos de pelúcia e móveis estofados.
2- Revestir colchões e travesseiros com material sintético impermeável.
3- Usar colcha de algodão, pique ou ededrom. Não usar cobertores de lã ou chenile.
4- As orientações acima se aplicam as demais camas do quarto.
5- As paredes de casa deverão ter pintura lavável.
6- Limpar a casa diariamente, principalmente os quartos, com pano úmido e aspirador de pó. Não usar vassouras, panos secos e espanadores.
7- Não usar umidificadores e vaporizadores por estimularem o crescimento de ácaros e fungos.
8- Evitar animais de penas e pêlos dentro de casa.
9- Não utilizar inseticidas, espirais contra insetos, desodorantes ambientais e outras substâncias com cheiro ativo.
10- Não fumar dentro de casa e nem na presença do paciente.
11- Ter vida ao ar livre e praticar esportes.
Texto: Ailane Silva/IGESDF
Fotos: Davidyson Damasceno/IGESDF
Fonte: IGESP