Vêm aí mudanças na vacinação das crianças. As novas vacinas entram para o calendário da rede publica de saúde no segundo semestre.
O calendário de vacinação das crianças mudou. Mas de uma das novidades as crianças não vão gostar nem um pouco. Vai mesmo dar dó, porque se já tem criança que chora com as gotinhas da vacina contra a poliomielite, com a nova vacina a choradeira vai aumentar. A vacina também vai ser injetável. Mas é importante. Como dizem as mães para consolar, é só uma picadinha.
As novas vacinas serão oferecidas pela rede pública de saúde a partir do segundo semestre. Contra a poliomielite, que até agora era em gotas, vai passar a ser aplicada também por injeção. “A gente sofre mais que eles, mas tem de fazer. Então, a gente faz com alegria, porque sabe que é para o bem dos filhos”, comenta a dentista Mylene Migotto.
Uma das vantagens da vacina injetável contra a pólio é que ela acaba com o risco de um efeito colateral raro, mas que pode acontecer com a vacina oral, em gotinhas. É um tipo de paralisia infantil que acontece como consequência da vacina.
Só um em cada quatro milhões de vacinados tem a reação, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde. No ano passado, houve dois casos suspeitos no Brasil. Mas a vacina em gotas ajuda a disseminar a proteção no ambiente. O Brasil vai seguir a orientação internacional de continuar usando os dois tipos de vacina enquanto o vírus estiver em circulação no mundo.
A vacina injetável contra a poliomielite, por enquanto, vai ser aplicada em bebês pequenos: a primeira dose aos 2 meses e a segunda aos 4 meses. Depois a criança vai receber a vacina oral: aos 6 meses, aos 15 meses e até completar 5 anos, sempre que houver campanha de vacinação.
“A campanha de vacinação usando a imagem e mobilização do Zé Gotinha e a adesão das crianças a uma vacina que é oral surte um grande efeito de mobilização no país para a proteção das crianças. Nós queremos manter esse efeito”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Outra novidade vai ser a vacina pentavalente para proteger contra cinco doenças. É uma combinação da tetravalente, que já existe contra difteria, tétano, coqueluche e um tipo de meningite mais a vacina contra a hepatite B.
“A gente está diminuindo as idas ao posto de saúde dessa criança e também combinando as vacinas para a gente dar menos efeitos e reações adversas para essa criança”, esclarece a pediatra Marta de Fátima Guidacci.
O governo diz que já está fazendo pesquisas para chegar a uma vacina que proteja contra sete doenças. “A hepta teria as cinco atuais mais a vacina contra meningite C conjugada, que já é produzida atualmente individualizada pela Funeb, e mais a vacina inativada contra a poliomielite, que é a vacina injetável”, explica Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.
No Brasil, a pólio é considerada erradicada desde 1994 – o que todos esperamos é que um dia seja erradicada em todo o mundo.